Pessoas que sofrem de fobias sociais, como dificuldade extrema de se relacionar com os outros, devem estar atentas ao período de quarentena pela grande chance de o quadro evoluir para depressão. O alerta é da psicóloga especialista em transtornos de ansiedade, Nataly Martinelli. “Quando falamos em fobia social é importante lembrar que ela é o transtorno de ansiedade mais comum”, pontuou.
“Primeiro, é importante a gente distinguir o medo da fobia”, alertou a psicóloga. “Medo é um mecanismo de proteção e faz com que a gente não se exponha a tantos riscos, é normal. Fobia é o medo exagerado, causa sofrimento”, detalhou. Nataly explicou que a fobia social está associada ao medo do julgamento alheio, de ser avaliado por outras pessoas e dificuldade com todo tipo de interação social.
E se em um primeiro momento a ideia de se isolar socialmente possa parecer algo confortável para quem tem fobias sociais, o efeito pode ser justamente o oposto, destacou a especialista. “Para essas pessoas, manter uma rotina, sair, ir ao trabalho, para faculdade ou algum curso, as obriga a manter um mínimo de convívio social. Sair desta rotina e passar para uma situação de isolamento pode desencadear sentimentos de solidão e tristeza, que podem evoluir para depressão”, destacou.
Como forma de prever estes quadros, Nataly recomendou que as pessoas com fobias sociais mantenham o contato com seus terapeutas por meios on-line e procurarem técnicas que acalmem a mente e favoreçam o autoconhecimento. “Ioga, meditação, são atividades que vão ajudar nesse momento”, citou.
Para os familiares de pessoas que têm fobias sociais, a psicóloga recomendou o exercício da empatia e da escuta. “Se colocar no lugar do outro, acolher, ter empatia. Se mostrar disponível para realização de outras atividades que não apenas acompanhar o noticiário. Cozinhar juntos, ver um programa leve, tudo isso ajuda a reduzir o estresse e mantém nosso sistema imunológico mais fortalecido”, complementou.
Nataly aconselhou que, para quem tem a possibilidade, este é um bom momento para se interessar por alguma atividade nova, utilizando as facilidades de diversas aulas e tutoriais da internet. “Conectar-se com coisas que podem ser nossos propósitos de vida ajuda a nos fortalecer neste momento”, concluiu.
Fonte: Diário do Grande ABC (https://www.dgabc.com.br/Noticia/3370891/isolamento-obrigatorio-para-escapar-da-covd-19-pode-agravar-fobia-social)
Comentários: Eu penso que estamos em nossa zona de conforto, pois não há nada melhor para nós, fóbicos, do que ficarmos no aconchego de nossas casas. Mas a psicóloga tem razão em ficar preocupada porque esse período pode piorar a depressão e ser porta de entrada para outros transtornos. O que não podemos é deixar de nos relacionarmos com outras pessoas, mesmo que virtualmente.
Abraços
Lili