Atividades simples para a maioria das pessoas como: cumprimentar alguém, fazer uma apresentação em público, participar de uma reunião de trabalho ou até mesmo se alimentar perto de outras pessoas pode desencadear uma resposta avassaladora de ansiedade e pânico para quem tem fobia social. O fóbico social, diante de tantas dificuldades, passa a se comparar às pessoas “normais” e se sente diminuído. Entra num processo de ruminação de pensamentos e cada vez mais se identifica como sendo uma pessoa inadequada, incompetente, fracassada. Por vergonha e por medo, opta por se isolar. E por mais doloroso que possa ser o isolamento acha melhor do que ter que lidar com os relacionamentos sociais.
Situações rotineiras para a maioria das pessoas (participar de uma entrevista de emprego, ir a uma festa de aniversário ou acompanhar os colegas no happy hour), são extremamente desconfortáveis para o fóbico e, na maioria das vezes, os amigos e familiares que, embora bem-intencionados, não compreendem e acreditam que a pessoa está sendo preguiçosa, antissocial, rude ou desinteressada.
Desde a infância eu sinto uma ansiedade muito grande sempre que preciso me envolver em situações sociais e percebo que posso estar sendo avaliada. Meu coração acelera, minhas mãos suam, minha voz treme e por aí vai. A vida acadêmica e profissional foram um enorme desafio, pois fatalmente, em algum momento, eu teria que enfrentar situações de exposição. Perdi muitas oportunidades de trabalho e desisti muitas vezes da faculdade.
Foi só depois de muitos anos que eu descobri que essa “timidez”, na verdade, se chamava fobia social.
A partir daí tomei a decisão de procurar um psicólogo e as coisas começaram a mudar. Encontrar um terapeuta especializado em saúde mental foi um passo decisivo. Finalmente, eu começava a entender o que se passava em minha mente, alguém estava disposto a me ouvir sem julgamento, a compreender a profundidade da minha ansiedade social e a oferecer orientação para enfrentá-la.
A psicoterapia me ensinou a desafiar os pensamentos negativos e distorcidos, a desenvolver habilidades sociais e a enfrentar gradativamente as situações que temia. No entanto, este tratamento foi apenas parte da equação. Descobri que compartilhar minha caminhada com outros que também enfrentavam a fobia social era igualmente fundamental.
Participar de grupos de apoio e encontrar pessoas com experiências semelhantes as minhas me proporcionaram um senso de pertencimento e empatia que até então eu não havia experimentado. Nessas redes descobri que não estava sozinha e que outros compreendiam minha angústia.
Hoje, posso dizer que as coisas melhoraram. Dividir minha experiência é uma forma de estender a mão para aqueles que podem estar enfrentando o isolamento.
Portanto, se você é alguém que luta com a fobia social, quero dizer que há esperança. Busque ajuda profissional, encontre uma comunidade que te ajude nessa caminhada.
Se você não pode pagar uma sessão de terapia no momento, saiba que muitas faculdades de psicologia oferecem atendimento gratuito à comunidade.
Também sugiro que você participe do grupo de whatsapp criado pela Lily, proprietária deste blog, e que é destinado a todos que enfrentam algum tipo de transtorno mental como ansiedade social, depressão, borderline, etc… Para participar, envie um e-mail para lilimarinho7@gmail.com.
Além disso, há comunidades como a Neuróticos Anônimos (https://neuroticosanonimos.org.br/) que possui vários grupos de escuta e partilha dedicados a fornecer amparo a pessoas que lutam com questões relacionadas à ansiedade, depressão ou outros transtornos emocionais. As reuniões acontecem presencialmente em várias cidades do Brasil e também de forma remota (online).
Não permita que a solidão e a incompreensão definam sua vida. A jornada pode ser difícil, mas você pode superar esse desafio e descobrir um mundo cheio de conexões e possibilidades.
Abraços fraternos,
Iva